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domingo, 22 de maio de 2011

Governador promete negociar, mas grevistas mantêm paralisação

Notícia publicada na edição de 22/05/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A 
 
Marcelo Andrade

Apesar de marcar uma reunião para esta semana, entre representantes de funcionários do Centro Paula Souza - órgão que administra as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Estado de São Paulo, com o secretário de Gestão Pública Júlio Semeghini e ainda com o titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa, com objetivo de abrir negociação em torno das reivindicações da categoria, os servidores decidiram manter a greve, iniciada no dia 13, até que uma "definição concreta" seja apresentada pelo governo do Estado.
A reunião foi agendada pelo governador Geraldo Alckmin, após intermediação da deputada estadual Maria Lúcia Amary (PSDB), durante encontro com professores em Sorocaba na manhã de ontem, no gabinete do prefeito Vitor Lippi (PSDB), às portas fechadas.
A Prefeitura e o governo do Estado demonstram preocupação em torno de eventual protesto dos funcionários ligados ao Centro Paula Souza. Tanto que horas antes da chegada do governador a Sorocaba, mudaram a programação do evento. O local previsto inicialmente para o anúncio do pacote de obras seria no estacionamento do Paço, mas foi alterado para o Salão de Vidro, no térreo. Além disso, o policiamento foi reforçado. Os profissionais da Etecs e Fatec não fizeram manifestação e aguardaram até o final do evento para se encontrar com o governador. Um protesto, bem humorado, resumiu a nariz de palhaço por parte de um dos servidores, durante o evento na salão de vidro.
Alckmin, à imprensa, disse que que a categoria recebeu reajuste de 11% no início do ano e anunciou a elaboração do plano de cargos e salários e, por isso, não vê motivos para a continuidade da greve. "Nós já demos um aumento de 11%. Dissemos que vamos discutir o plano de cargos e salários. Agendei reunião, ainda em data a ser definida, com dois secretários para abrirmos negociação. Então, agora é voltar às aulas e começar a trabalhar." E considera "justa" a reivindicação: "vamos estudar, pois queremos cada vez mais valorizar o professor. Agora, diante dessas garantias as quais apresentei, não há motivos para continuar com a paralisação".
Mas os professores não se mostraram satisfeitos. "Não dá para dizer, num primeiro momento, que esse encontro foi produtivo. Elogiamos a atitude do governador em nos atender. Pudemos apresentar todas as nossas reivindicações, disse Devair Castanhelo, representante dos professores que participou do encontro com o governador. E continuou: "a gente não tem como paralisar a greve enquanto não tivermos uma garantia real de que seremos atendidos", enquanto aguardar pelo agendamento da reunião em São Paulo com os secretários estaduais.
O motivo principal do descontentamento é a falta de reajuste salarial que, de acordo com os servidores, não acontece desde 2005. As perdas do período, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), chegam a 58% no caso dos professores e a 71,4% para pessoal administrativo.
 

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