Mão de obra parada
Greve dos professores nas escolas e faculdades técnicas atrasa a contratação de trabalhadores pelas indústrias de Sorocaba
Rodrigo AlcântaraAgência BOM DIA
Como especializar a mão de obra sem professores para ensinar? Essa é pergunta que os donos de indústrias fazem hoje, enquanto assistem ao início da greve dos professores de escolas e faculdades técnicas de Sorocaba.
Eles deram início efetivo ao manifesto na terça-feira e prometem fazer um novo protesto nesta quinta (19), a partir das 9h, na Câmara Municipal de Sorocaba. Outra ação será realizada às 15h, nas proximidades da Escola Técnica Estadual Rubens de Farias e Souza, também hoje.
Apesar de não ser tão aparente, o vice-diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Erly Syllos, prevê prejuízos ou atraso de faturamento e planejamento para setor.
De acordo com ele, mais de 180 alunos são formados por semestre, chegando a 350 por ano. “São estudantes que saem das Etecs e Fatecs. A greve certamente atrasará a formação de mão de obra e, na consequência, a contratação desses novos profissionais.”
E o setor precisa mais do que nunca desses estudantes. Na previsão do vice-diretor do Ciesp, se não 100%, 99% dos estudantes de escolas técnicas, são absorvidos hoje pela indústria. “Muitos deles são contratados antes mesmo de estarem plenamente prontos, tamanha a necessidade do setor em ter mão de obra especializada.
Em Sorocaba, 7.241 alunos deixaram de ter aulas nas Etecs e Fatecs. Muitos deles, foram pegos de surpresa, com as salas sem qualquer professor. “É uma situação embaraçosa, porque chegamos para estudar e não havia ninguém para lecionar a aula”, dizem os estudantes do quarto ano da Fatec de Sorocaba.
Em todo o Estado de São Paulo existem 50.208 alunos matriculados em Faculdades de Tecnologia e outros 213.859 em Escolas de Tecnologia.
reivindicações / O chefe de seção efetivo na Fatec, José Themer Giovanetti, explica que os salários estão defasados desde 2005. As Etecs aderiram à greve na sexta-feira e os docentes da Fatec paralisaram na terça-feira, quando os alunos foram informados que as aulas serão interrompidas por tempo indeterminado.
A greve está sendo mobilizada desde a última sexta-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, já que a categoria reivindica recomposição anual de 58,9% para os docentes e 71,79% para os servidores.
O Governo de São Paulo anunciou recomposição de 11%, que não foi aceito pelos funcionários da entidade.
Fonte: Agência Bom Dia
http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Economia/54271/Mao+de+obra+parada
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